Caros Leitores,
As crônicas, aqui expostas, são de autoria dos talentosos estudantes da segunda série do Ensino Médio da escola em que trabalho. Elas foram produzidas durante o cotidiano escolar, e representam, o grito preso na garganta desta juventude que também quer denunciar aquilo que lhe incomoda. Estarei postando gradativamente. Espero que curtam!
Abraços,
Atanael Lemos Corrêa
Preconceito
do verbo Pré-conceituar
Sara Luiza Braga
(EM-122)
Todo mundo já folheou um dicionário, seja na sua vida escolar
para procurar se uma determinada palavra escrevia-se com um ou dois ”r”, ou
para os amantes de um bom livro, saber o significado daquela palavra tão
estupidamente complexa.
Hoje estava eu, folheando o dicionário na lista da letra P, quando uma palavra tão conhecida e feia chamou-me a atenção. E então, subitamente me vi aqui, em frente a esse pedaço de papel e o desafio de escrever sobre um tema que confronta a todos nós: O preconceito.
Segundo o tão conhecido Aurélio, preconceito é um conceito formado antecipadamente, uma ideia sem fundamento. Abaixei minha cabeça como quem consente e aceitei o desafio que a mim mesma fiz.
É fato: Vivemos em uma ditadura quase que imperceptível mas mesmo assim não deve ser ignorada. Os ditadores, porém, são outros: Agora é a sociedade que determina que ser diferente do padrão que o senso comum rotula ”ideal” é errado, mesmo que de fato somos todos iguais independente de qualquer circunstancia. O preconceito virou doença contagiosa do tipo “Você tá com preconceito?” “Não, tomei preventivo”.
Transformou-se em uma equação Matemática: Pegando três tipos de cores de pele, somando o formato do corpo diferente do que se vê nas revistas e comerciais, a conta bancária, subtraindo o bom senso e multiplicando pela ignorância da sociedade tem-se o preconceito, palavra e atitude tão estúpidas, que aliás, virou verbo. Todo e qualquer tipo de sujeito sofre e pratica o verbo pré-conceituar. Esse mal que cega, aprisiona a alma, a mente. Se procurassem a cura para essa doença, a resposta final da equação Matemática, iriam abrir o dicionário na lista da letra A, buscar pela palavra “admitir” e colocá-la
Fim à nostalgia
Bruna Caroline Dutsol EM 123
Era manhã do dia 22 de junho, o frio intenso cobria a cidade, a solidão e a gelidez na minha cama estavam enroladas no cobertor e já faziam parte do meu ambiente rotineiro. Como mais uma manhã levantei da cama, fiz o café, coloquei o roupão e fui até a varanda sentir a brisa fria que me fazia arrepiar. Peguei minha caneca, e o jornal, e comecei a folheá-lo, então, me senti sozinha, como se tivesse algo errado comigo. Já se faziam 12 meses desde minha perda desastrosa. Cada dia que se passava imaginava que as coisas iriam melhorar e logo esqueceria as memórias de minha querida mamãe, porém a cada dia parecia que o vazio no meu peito aumentava. Os vizinhos falavam que eu devia me abrir, procurar um amor que me fizesse esquecer, que me ensinasse a lutar, que me devolvesse a vontade de sonhar e de viver.
A cada noticia no jornal,rolava uma
lágrima, e novos pensamentos me assombravam, o quão fácil é demonstrar raiva,
ter impaciência quando se está irritado, e o quão difícil é demonstrar amor por
quem realmente se importa conosco... e só nós damos conta quando perdemos o que
amávamos. E ainda fingir que estamos bem pode parecer a melhor opção, vestir a
máscara e dizer que está tudo certo, e logo depois perceber que não podemos
enganar o nosso próprio coração.
As lágrimas que derramei pela manhã serão
esquecidas e mais uma vez vou tentar acreditar, achar forças dentro de mim para
resgatar algo que não deveria ter perdido ou esquecido. Foram essas palavras
que eu citei para eu mesma. Portanto, decidi tomar uma atitude. Peguei uma
folha de papel - estava procurando algo novo que me fizesse voltar a acreditar.
Foi então que escrevi PROCURA-SE ALGUÉM QUE QUEIRA AMAR, lacrei o envelope e em
seguida enviaria ao Noticias do Dia. Porém
ao olhar atentamente a folha do jornal uma matéria intitulada “Elas só querem
alguém para amar”, chamou a minha atenção. Então, vi um endereço no fim da
página. Foi assim que levantei e resolvi ir até a rua Affonso Pena, 680. Com
toda certeza existem muitas crianças se sentindo solitárias, simplesmente
procurando alguém, para que possa retribuir todo o amor que elas têm para dar.
Pagar
para quê?
Beatriz Tomasi - EM 123
Somos nós quem nos acostumamos a rodear fatos que acontecem
no dia-a-dia e que são transmitidos já manipulados pelos canais abertos de
televisão, então, quem sabe o que é real ou não?
Quem não quer dar espaço à máquina manipuladora que opte a um livro ou televisão a cabo. Mais pagar televisão a cabo para quê, não é? Eu quero é ver o carnaval, a praça que ainda é nossa, o Brasil hexacampeão, e para isso ver a reforma do Morumbi, dai é só ligar a televisão que a gente se vê por aqui.
Quem não quer dar espaço à máquina manipuladora que opte a um livro ou televisão a cabo. Mais pagar televisão a cabo para quê, não é? Eu quero é ver o carnaval, a praça que ainda é nossa, o Brasil hexacampeão, e para isso ver a reforma do Morumbi, dai é só ligar a televisão que a gente se vê por aqui.