segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Amarelo Manga: A verdade que reluz

Amigos,

Não faz tempo que eu assisti ao filme AMARELO MANGA, dirigido por Claúdio Assis, e fiquei embasbacado. Isso devido à coragem do cara, que em pleno seu trabalho de estreia, numa perspectiva totalmente inovadora, consegue abordar situações muito intrigantes do cotidiano de uma grande cidade.
Com uma sinceridade própria de quem vive a realidade da cidade do Recife ou de qualquer metrópole brasileira, o filme tem como protagonista o povo, sujeito de uma realidade um tanto antagônica para mostrar nas telas do cinema. Mas o diretor o faz. Faz com tanta precisão que chega a causar repugnância em diversos momentos. Como disse o próprio diretor, Amarelo Manga é um soco no estômago.
O enredo desenrola em torno de pequenos núcleos, com personagens marginalizados, sim, mas cada qual com uma história única. Apesar de trazer em seu elenco atores que já trazem no currículo muitos outros trabalhos na linha cult, como Chico Diaz, Dira Paes, Matheus Nachtergaele, Leona Cavalli, entre outros, vale dizer que é necessária muita coragem para assiti-lo. Mas quem consegue tem a oportunidade única de discutir um dos melhores filmes dos últimos tempos, e que tem o amarelo como a grande metáfora, como que sendo a verdade reluzente das coisas gastas, citado também na obra como exemplo de tudo que não presta: doenças, feridas, dentes podres, enfim como muitas vezes deve ser encarada a verdade.
Quem, no entanto, espera um final "fechadinho", ou não conseguiu adentrar na atmosfera que o diretor conseguiu imprimir ao enredo ou vai mais uma vez se surpreender. Pois a intenção de Cláudio Assis, com certeza, foi fazer um cinema visceral, e isso consiste em intrigar o espectador e fazê-lo inferir a verdade presente na obra a seu modo: vermelho, azul, verde, AMARELO...

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