domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Pequeno Polegar - Ainda sobre a memória coletiva

Amigos,

Quando buscamos avidamente por algo, acabamos por deixar outras coisas e principalmente pessoas queridas importantes pelo caminho, sempre. Às vezes somos julgados, às vezes não somos compreendidos por aqueles que outrora dispensávamos a atenção que lhes era devida. Não sabemos o que pode se passar na cabeça de quem espera por nós, porque estamos focados e não nos vemos nesse momento, mas isso não quer dizer que esquecemos de quem nos foi e será sempre grato. Quando li este trecho do livro A memória coletiva, lembrei-me de mim, dos meus, da minha caminhada, mas imaginei, principalmente, as impressões que possam ter as pessoas queridas com quem convivi mais intensamente no passado e que hoje não as vejo mais, pelo menos com frequência. A busca pelo ser alguém ou até por ganhar a vida, não apagará essas pessoas que estão internamente ligadas a nós enquanto houver memória. Eis o trecho do fenômeno Maurice Halbwachs:

"Quando foi abandonado por seus pais na floresta, o Pequeno Polegar certamente pensou nos pais, mas muitos outros objetos lhes foram oferecidos: ele seguiu uma ou mais trilhas, subiu numa árvore, viu uma luz, se aproximou de uma casa isolada etc. Como resumir tudo isso na simples observação: ele se perdeu e não encontrou mais os pais? Se tivesse seguido outro caminho, se tivesse encontrado outras pessoas, o sentimento de abandono seria o mesmo - mas ele teria guardado lembranças muito diferentes."




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